domingo, junho 02, 2002

Meme é um vírus da mente, ele se infiltra na cabeça das pessoas como um parasita, e pula de uma mente para a outra, porque sua razão de existir é essa, se multiplicar, sem qualquer outro motivo mais nobre ou interessante, o que para as pessoas não pode ser verdade, porque o ser humano não está acostumado a que as coisas existam ou aconteçam sem um motivo, uma razão clara. E para ele, é mais fácil ainda se encontrar mentes padronizadas, ou sejam, eles reajem igual aos estímulos que ele lhes provoca.
O meme pode ser qualquer coisa, qualquer idéia que persista dentro da mente, sem razão alguma, como uma música que o sujeito fica dias cantando e não sabe porque, nem sequer gosta daquela canção, ou uma idéia, um slogan que insiste em existir e também não se sabe de onde surgiu.
A moda é um meme, de repente um monte de pessoas desejam a mesma coisa, sem uma particularidade; é só um meme bem sucedido que parasitou muitas cabeças. E na maioria das vezes, os infectados por esse vírus que permitiram tal coisa, pois é assim que se sentem bem, com um parasita de massa, que os coloca dentro de um grupo de membros em comum.
Grandes marcas são valiosas pela sua capacidade de ocupar mentes, não pelas suas qualidades em si, e a concorrência briga por esse espaço, pois é mais importante ser o primeiro na mente que o primeiro no mercado. Sendo a primeira na mente, a marca já está onde sempre quis chegar, na cabeça do consumidor, afinal, ele é quem vai comprar. As marcas enchem a cabeça dos consumidores de cópias dos memes que lá se alojaram, e a marca que tiver o maior número acaba vencendo na escolha do consumidor.
Assim percebe-se que as memes não ficam apenas pulando de mentes em mentes, elas também competem entre concorrentes dentro da cabeça de cada um. Por isso, uma mente virgem, ou seja, sem memes, é a melhor mente pra um meme se instalar, sem concorrencia, ela monopoliza a mente.
Mas não há uma regra escrita de como se provocar essa multiplicidade de memes dentro da mente de cada consumidor, porque, se houvesse, os marketeiros não teriam mais razão de existir, não teriam mais função.
“Um meme não é uma idéia que você tem, é uma idéia que tem você. A boa marca não é aquela que você escolhe, é ela que escolhe você. “
O autor sugere que o meio de fugir do meme é tendo uma individualidade, e essa afirmação é totalmente aceita, mas como chegar a esse ‘’isolamento’’ das outras pessoas?
O próprio autor responde: a Internet. Nela o consumidor manda, não é como no mercado tradicional, onde era ditado quando e como comprar; o público se deparava com propagandas repletas de pessoas bem sucedidas, felizes, ricas e lindas, as quais ele não se identificava, já na rede (Internet), ele manda, ele faz o que quiser, na hora que quiser e como quiser.